Equipa Profissional 2024-03-16

Dez Centímetros de Azar

Assistimos, esta tarde, a um embate de vontades entre o Académico de Viseu e o FC Paços de Ferreira, com as expectativas a elevarem-se no Estádio do Fontelo. Ambas as equipas, ansiosas por domar a bola e explorando os corredores laterais, deram ao início da partida um jogo cativante e equilibrado. No entanto, a disputa desenrolava-se longe das balizas, com dificuldades de penetração no último terço do campo.

Já bem dentro do primeiro tempo, foi do Académico de Viseu que partiu a iniciativa de intensificar as linhas de pressão alta. Com agressividade imposta nas divididas, a equipa rentabilizou esse esforço, crescendo no jogo e assumindo, de forma ligeira, o controlo das operações num relvado que ia sendo acarinhado por mais de 1200 academistas. Com o controlo parcial do encontro a ficar nas mãos dos viseenses, o primeiro remate do encontro nasceu do “pequenino” Martim Ferreira, ele que fez, hoje, a estreia a titular no Fontelo, uma semana após ter sido titular pela primeira vez ao serviço da equipa sénior do Académico. O remate à figura de Marafona, precedeu um outro tiro de Marquinho, aos 20 minutos, que fez o esférico sair por cima e sem perigo.  

O intervalo trouxe a promessa de uma segunda parte mais vibrante, onde os "castores" regressaram com mais perigo, personificando no seu jogo a boa primeira parte do Académico. Os homens da Capital do Móvel chegariam à vantagem ainda dentro dos primeiros cinco minutos do segundo período, com Welton a desmarcar Afonso Rodrigues, que cruzou para Uilton inaugurar o marcador.

A turma beirã iria responder logo a seguir, tanto dentro de campo como através do banco. Foi, precisamente de lá, que Yuri e Quizera ainda viram André Clóvis a rematar por duas vezes, com a bola a sair ao lado. E aos 61 minutos, surgiria uma oportunidade crucial no jogo, que daria ainda mais ânimo ao Académico. Afonso Rodrigues, da marca dos 11 metros, falhou uma grande penalidade que faria o 0-2, mas que rapidamente se transformou em crença e motivação para os Viriatos, que tornaram a crescer e a pressionar o Paços.

As oportunidades sucediam-se, com Marafona em destaque na baliza pacense. André Almeida, Gautier, Clóvis, Yuri eram as vozes inconformadas que “gritavam” em formato de remate, mas sem sucesso. No entanto, aos 88 minutos, o ex-Académico, Ícaro Silva, cometeu uma grande penalidade, e Clóvis não desperdiçou, empatando o jogo. Com o Fontelo em estado de ebulição, sentia-se no ar o doce aroma a reviravolta, e os seis minutos de compensação ajudavam a construir as esperanças viseenses. Não se contentando com o empate, Steven Petkov (entrado no segundo tempo) marcou aos 90+6 minutos, após assistência de Miguel Bandarra. Os festejos emocionados das boas gentes beirãs, do nada se tornaram em espectativa, após a bandeira subir em direção aos céus. O vídeo-árbitro demorou, e acabou por assinalar fora de jogo do avançado búlgaro pela simples distância de dez centímetros, que é o tamanho exato de algumas canetas, lápis, de uma caixa de fósforos ou de um cartão multibanco.

O resultado final de 1-1 persistiu, mantendo os dois conjuntos colados na tabela classificativa, ambos com 37 pontos. Apenas dez centímetros…

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Microclima Beirão

No Oeste deste país, onde o vento sopra com uma intensidade única, estamos prestes a reencontrar um duelo de, no mínimo, proporções históricas entre duas realidades centenárias. O Estádio Manuel Marques, bem no centro de Torres Vedras, será o palco onde o Académico de Viseu enfrentará o SCU Torreense, num confronto carregado de significado e nostalgia. Ambas as equipas chegam a este embate em momentos de dificuldade, com séries de resultados desfavoráveis. Este encontro ganha assim uma importância redobrada, não apenas pelos pontos em discussão, como também pela oportunidade de quebrar o ciclo de resultados negativos. Contudo, o que torna esta partida verdadeiramente especial é o contexto histórico que a envolve. Académico de Viseu e Torreense têm uma longa história de confrontos, que remonta à época de 1949/50, na extinta 2ª divisão. Naquela temporada, os Viriatos prevaleceram sobre o Torreense com duas vitórias memoráveis (0-1 em Torres Vedras e 5-2 no Fontelo), alimentando os sonhos da possível primeira subida da história do clube. Infelizmente, os mesmos não se concretizaram, tornando-se realidade apenas a nove de julho de 1978, em Lordelo. Desde essa época, contabiliza-se um total de 58 jogos entre os dois, com 25 vitórias beirãs e 19 empates. Hoje, as equipas encontram-se em situações similares na tabela classificativa, sendo que a determinação é, igualmente, a mesma: regressar às vitórias. Para o Académico de Viseu, esta é uma oportunidade de ouro para criar o seu próprio "microclima" de triunfos, mesmo longe de casa, num local onde o estado do tempo é quem manda e quem fala mais alto. Uma vitória neste jogo não só igualará os pontos do Torreense, como também garantirá, matematicamente, a tranquilidade na temporada. Recordamos que, na primeira volta do atual campeonato, registou-se um tímido empate a zero, num jogo sem grande história. Esta é uma batalha não apenas pela posição na tabela. Procura-se a afirmação de uma grandeza histórica, que nem todos podem reclamar pela honra de um passado comum. Os adeptos academistas aguardam com expectativa este confronto entre dois dos históricos do futebol português. Assim, que o vento do Oeste traga consigo um novo fôlego para a Beira-Alta que se ergue, novamente, à procura da vitória. Que o Manuel Marques seja palco de um espetáculo favorável aos homens do Manto Negro aos ombros. Em frente, Académico!

2024-04-26

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Rostos incansáveis

Sob o calor de uma tarde da Primavera Beirã, onde o futebol é sempre mais do que um jogo, é  um espetáculo carregado de emoção e expectativa, o Académico de Viseu recebeu o CD Mafra, num confronto que prometia muita luta e rivalidade. No entanto, os Viriatos acabaram por sair derrotados por 0-1, num jogo onde a sorte não sorriu para estes lados. Desde o apito inicial, os Viriatos demonstraram vontade, pressionando o adversário e procurando impor o seu jogo. Messeguem, com um disparo à figura deixou logo nos minutos iniciais, bem marcada a intenção academista de abrir o marcador. Ainda assim, foi o CD Mafra que conseguiu capitalizar um lance de bola parada numa jogada fortuita, à passagem dos 15 minutos. Falé, aproveitando um remate de ressaca após um canto que deixou algumas dúvidas, desviou e fez de cabeça o único golo da partida, colocando os visitantes em vantagem. Apesar deste golpe inicial, que contrariava a boa entrada da turma de Viseu em campo, o Académico não baixou os braços e continuou a pressionar, especialmente pelo lado esquerdo do ataque, onde Gautier se destacava na progressão ofensiva. Com as entradas de Quizera e Jovani na segunda parte, os Viriatos intensificaram ainda mais o seu jogo, criando oportunidades claras de golo que, infelizmente, não se concretizaram. André Almeida esbarrou no poste, Gautier obrigou o guarda-redes do Mafra a uma defesa apertada, e Clóvis desperdiçou por pouco e ao lado. Os rostos das tentativas incansáveis do Académico mostraram a sua determinação, mas a bola teimou em não entrar. No final, apesar de uma exibição merecedora de pelo menos um empate, os viseenses saíram derrotados desta batalha, ocupando agora o 11º lugar na tabela, com 38 pontos. Uma derrota que pesa, mas que não apaga o esforço e a garra demonstrados em campo. O futuro reserva-nos novos desafios e oportunidades de redenção. Continuaremos a lutar com toda a nossa força.

2024-04-21

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Orgulhosamente Nós

O título desta crónica, inspirado na expressão mediatizada pela última alma despida de apreço pelos outros que este país governou, serve para descrever o estado emocional de um grupo de trabalho, que segue em frente com a mesma garra e força com que sempre encarou os seus afazeres. “Orgulhosamente Nós”, é um dos motes que nos dá alento para encarar estas últimas cinco jornadas, da forma mais respeitadora, profissional e unida possível. Ficaram o que de cá são. Não “os que de cá são” em termos geográficos, mas sim em termos de espírito, de querer e de garra. Ficamos (e assim seguiremos) com os que connosco sempre estiveram, os que nunca viraram a cara à luta, fosse qual fosse a situação. Fazemos uma respeitosa vénia a quem por cá ficou, com o Manto Negro aos ombros, envergando-o com o mesmo orgulho e vontade desde o primeiro dia. Vamos lá então falar do que ainda falta por jogar, dos caminhos que ainda queremos percorrer até o final. No vislumbre desta atípica semana, bem lá no final da mesma (próximo domingo) acena-nos a ronda 30 do campeonato. De verde e amarelo, o CD Mafra viaja desde a Área Metropolitana da Capital lusitana, percorrendo a última etapa do percurso até Viseu: o doloroso IP3. Este já é, por si só, um confronto pseudoclássico do futebol português, dado que será a 17ª vez que ambos se vão encontrar. E além dessa particularidade, há outra que “salga” a partida deste fim de semana, dando-lhe traços de interesse no que aos desempates diz respeito: nas outras 16 ocasiões, os resultados aperfeiçoam-se nas diferenças, isto porque contam-se quatro vitórias para cada lado, e precisamente oito empates. Tal quer dizer que, aliados à vontade de regressar aos triunfos, coisa que tem faltado a beirões e mafrenses nos últimos jogos, há também uma igualdade histórica por quebrar, onde Viriato quer gritar mais alto. Separados por um ponto, com vantagem para os forasteiros, Académico e Mafra encontram-se às 14H deste domingo, num precioso tesouro chamado Fontelo. Embalado pela natureza que o abraça numa dança perfeita, ele lá tem estado desde 1928, a acompanhar as sortes e os azares da referência desportiva que o ajudou a fundar-se. Ele é a testemunha viva desta difícil jornada que até aqui nos trouxe. Por muito que tenha custado, aprendemos a viver as adversidades com resiliência, com coragem e união. Essa aprendizagem, será de novo colocada em prática no que falta desta época, na qual ainda procuramos somar os 15 pontos que restam jogar. “Orgulhosamente Nós”, acompanhados por quem nos quer bem, por quem nos quer ver vencer e festejar connosco. Para quem ainda acredita em nós, e nem por um momento se deixou abater pelas derrotas, obrigado por fazerem parte desta mística que nos agarra ao nosso maior amor: o Académico.

2024-04-19

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